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terça-feira, 22 de abril de 2008

Vida de escritor, a um passo da loucura

Estou ficando louco com a quantidade de coisas que pululam em meu pensamento. Estou a um passo de alcançar a insanidade total, portanto preciso diminuir a carga de preocupações antes que o pior me aconteça: não consiga distinguir a realidade das ilusões.
Meu drama começa com o trabalho regular. Não sei por que estúpido motivo deixei que as correções das atividades escolares se acumulassem sobre as mesas, isso mesmo, as mesas. Como ainda não estou muito bem estabelecido na casa de meus pais, minhas coisas estão espalhadas por todos os cantos, poluindo a aparência e estragando a decoração do ambiente. Para meu pesar, o feriado está a poucos dias de acabar e, logo na quinta-feira, terei mais provas para dar cabo até o fechamento do bimestre. Não consigo me sentar e corrigir nada, nem mesmo um turma. Começo a ficar preocupado com o rumo das folhas e da trabalheira que os diários me darão daqui a alguns dias. Mas sei que se me sentar por algumas horas e conseguir me livrar de tudo o que está me atormentando, consigo, se não terminar, pelo menos diminuir a imensa pilha que me tenta e dá calafrios.
Se a loucura findasse apenas na atividade letiva, não estaria tão nervoso. Meu problema com prazos, novamente me incomoda. Estipulei até o dia 20 de abril para enviar meus textos para uma série de concursos literários, mas já estamos no dia 22 e até agora só escrevi a crônica “Procura-se um leitor”. Felizmente ainda tenho oito dias, pois o prazo acaba no último dia do mês, portanto preciso escrever pelo menos quatro crônicas e oito poemas. O problema é que com o tempo curto demais é difícil saber se a qualidade dos textos será satisfatória. Agora que tenho que correr, não posso ficar me questionando, preciso por a mão no teclado e me abstrair de maus pensamentos na hora da composição relâmpago.
Para minha alegria, a redação de Intermitência, é isso mesmo o nome mudou, perdeu a desinência de número, terminou. Fiz a primeira revisão e encontrei uma série de erros, além de modificar um pouco o final da história, mas tudo dentro do previsto. Como a leitura já está viciada, Eugênia, minha grande amiga e também mãe de Mariana, se propôs fazer uma nova revisão no texto. Para meu desespero, ela já encontrou mais erros logo nas primeiras páginas. Mas isso faz parte do processo, por mais empenho que tenhamos cuidado, de tanto ler as mesmas linhas, algumas falhas passam despercebido. Para meu contentar, tenho excelentes amigos para me ajudar neste processo delicado.
Intermitência me tira o sono e rouba todo o meu tempo. Ontem Mariana e eu elaboramos um esboço da capa. Não foi nada fácil chegar a uma decisão sobre essa parte da obra. Foram dois longos dias discutindo como poderia ser. Entre uma idéia e outra, optamos pela inicial. Será mesmo um sofá branco. Com a prova que fizemos, finalmente encontrei o que queria. Mas antes de chegar à satisfação, foram horas estudando capas de outros autores, de diversos gêneros e editoras diferentes. Concluímos que muitos autores têm um péssimo gosto no que se refere à apresentação do seu trabalho. O ditado diz para que não se julgue um livro pela capa, mas, convenhamos, uma capa mal produzida espanta qualquer leitor. O ruim é que quando fizemos a nossa prova, utilizamos uma imagem retirada da internet, portanto não posso usá-la em meu romance. Como eu disse, era só uma experimentação, agora temos que correr atrás de um sofá branco que se enquadre no que queremos e tirar uma boa foto em alta resolução para a montagem definitiva e dentro da lei dos direitos autorais.
A boa notícia em meio a tanta loucura foi o e-mail que recebi da editora Virtual Libri, elogiando meus textos publicados nos blogs que mantenho. Não sei bem qual o real interesse dessa empresa, mas a respondi para maiores esclarecimentos. Espero que não seja mais um convite para publicar em sistemas de cooperativa de escritores, pois o retorno geralmente não é muito satisfatório. Assim aconteceu com a Andross, menos no Mosaico, mais no Caleidoscópio, as duas antologias poéticas que participei pela referida editora.
Como não consigo parar de escrever, retornei as atenções para uma antiga história de suspense intitulada “A Vila”, que comecei a rascunhar no final de 2007. Ainda estou no primeiro capítulo, mas acredito que se me dedicar um pouco a ele, rapidamente chegarei ao fim. Temo me perder no meio de tantos projetos inacabados, pois ainda há o “Paixões Perigosas”, escrito em meados de 2006 para editar.
Muito trabalho, pouco tempo e quase nenhum dinheiro, assim é a vida de escritor.

Alberto da Cruz
2008, 22 de abril
Visite também:
Entendendo Alberto e a Cruz: http://albertodacruz.blog.uol.com.br/
Recanto das Letras: http://www.recantodasletras.com.br/autores/albertodacruz

quarta-feira, 23 de maio de 2007

E lá se vai mais um dia

Mais um dia chega ao fim sem que eu tenha escrito ou pensado em nada sobre o Conto conspiratório. Isso me entristece deveras. Em muito, posso culpar o trabalho diário, que me suga completamente as forças mentais e físicas, somado ao estresse cotidiano; mas, obviamente, se houvesse paciência em mim, facilitaria o processo artístico. Se antes a composição do texto me acalmava como um meio rápido de catarse, hoje acontece diferente. Quando escrever deixou de ser um hobby e se tornou obrigação, a tarefa foi dificultada. Se antes escrevia sem dar satisfações a ninguém, hoje há uma orda cruel de olho nos meus escritos. E não são as críticas que me tiram o prazer de pensar e expor meus pensamentos, sejam em formas poéticas, sejam argumentativas ou fictícias; hoje passam não só por mim, mas por pessoas que exigem deles muito mais do que têm a oferecer ou se propõem a fazer. Primeiramente, eu sou meu mais severo crítico e, como já podem imaginar, não gosto de 50% ou mais do que escrevo, apesar de ouvir dos meus leitores mais assíduos elogios, existem defeitos que somente eu vejo e repudio.
Depois há o editor, eis o meu grande algoz. Nas últimas vezes que conversamos, o assunto não foi nada agradável e estimulante. Ele me cobra os textos, eu o enrolo o quanto posso, pois a fase não está boa. Quando finalmente mando algum conto, a resposta não tarda, mas é desanimadora. A última foi o excesso de caracteres do conto de horror “Diário da Loucura”, que pode ser lido em minha página no Recanto das Letras. Fazia-se necessário cortar 33 mil caracteres do texto e, consequentemente, mutilar minha história. Neguei-me a tal.
Obviamente fiquei chateado com a notícia e ainda mais ausente da criação de minhas ilusões e insanidades. Desistir? Não acredito que tenha chegado a tal ponto decadente. Estou certo de que logo tudo voltará ao normal e escrever novamente será como respirar, vital.

Alberto da Cruz
23-05-207