segunda-feira, 30 de julho de 2007

Imprevistos acontecem

Imprevistos acontecem. Há dois dias havia dito que escreveria sem pausa e fecharia, no mínimo, três capítulos. A idéia era essa; e também acreditei que fosse conseguir, uma vez que estaria isolado em meu mundo particular; nesta sala de paredes marrons e móveis mogno, com meus poemas prediletos fixados nas paredes a minha volta como um mural poético; os pôsteres de Kathy Bates em Misery e uma reprodução belíssima do Overlook Hotel manchada de sangue; com fotos minhas e de Mariana sobre a mesa de trabalho; centenas de livro novos e velhos... ah, o cheiro dos livros, nada como o aroma das páginas envelhecidas. Se eu pudesse encheria o escritório com volumes antigos, pois tenho paixão pelas folhas recolhidas em sebos e saldos que esbarro pela vida em minhas caminhadas displicentes. Por falar nisso, acabei de manusear um exemplar de “A Capital”, de Eça de Queirós, publicado pelos Irmãos Lello, Lisboa, 1914. O valiosíssimo material me custou a bagatela de R$ 1,00. Comprei-o de um senhor que vendia discos de vinil e livros, segundo ele, velhos, em um carrinho de supermercado. Às vezes encontro em minhas andanças preciosidades como essa, por exemplo.
Sem fugir do assunto, previ a paz textual, mas não cumpri. Mariana viajou somente hoje, portanto os dias que me dedicaria ao lapidar das palavras foram substituídos por mais algumas horas dormente aos braços dela. Não estou reclamando, muito pelo contrário. Os instantes que me dedico a ela são impagáveis e insubstituíveis. Nada me é mais caro do que fazer a presença diária seja ao telefone, seja pessoalmente. Portanto, amigos, perdoem-me a sinceridade, mas entre paixões de vida, os braços acolhedores de Mariana ganham em disparada de qualquer que seja o concorrente, inclusive o texto.
Mas antes que pensem que joguei dois dias fora, adianto-me em dizer que consegui escrever um pouco, não muito com deveria, mas o suficiente para fechar um capítulo. Agora Judith espera acordar para descobrir o seu destino imutável (imutável?! Será mesmo?). Acredito que com o que escrevi o andamento de minha parte acelere o processo, basta para isso que me empenhe mais na empreitada... porém ainda me é penoso encarar o computador por mais tempo do que o gasto aqui contando minhas histórias, às vezes tediosa, outras interessantes.
Assistimos ontem a um filme interessante: O Amor Pode dar Certo, cujo tema era o relacionamento entre duas pessoas em estado terminal, vitimadas pelo Câncer. Filmes que abordam essa maldita doença mexem comigo sobremaneira. Não sei se porque passei por uma experiência com a morte, devido a alguns tumores em minha coluna vertebral há alguns anos, chorei como criança perdida numa selva cheia de lobos vorazes.
***
Não terminei o texto, pois meu tempo havia se esgotado. Antes que o terminasse, fui passar o fim de semana com os avós de Mariana no Rio. Assim, a postagem ficou um tanto quanto incompleta, mas amanhã, assim que voltar do trabalho (o recesso acabou para meu desgosto profundo), prometo escrever algo que preste e valha a pena ser lido.
Um forte abraço aos fiéis amigos e um olá carinhoso para os que vêm chegando.

Um comentário:

Dos dois lados do Equador disse...

Muito boa a reportagem do Maré Alta pois só pude conhecer o blog de vcs bem como o de vários outros.

É bom saber que há vida blogueira nestas praias tropicais.

Abçs,