quarta-feira, 9 de abril de 2008

A realização bate à porta

Como terminei de escrever o romance, sinto agora um vazio pairando no ar. Não tenho mais o que escrever. Depois de passar o fim de fevereiro e todo o mês de março vivendo cada frase do Intermitências, agora me sinto como um pai que vê, sem que nada possa fazer, o filho querido arrumar as malas para partir. Assim é a vida de escritor, depois de passar dias intermináveis dedicando-se exclusivamente a uma história, quando ela termina, um estado misto de tristeza e alegria nos toma de jeito. Pelo menos até a publicação ele ainda será meu protegido. Cabe a mim dar-lhe meios para caminhar sozinho por este mundo literário, cheio de passagens perigosas, rodeado de monstros terríveis, ávidos por sangue. Dele não espero sucesso absoluto, mas almejo despertar a atenção positiva dos críticos e dos leitores, principalmente. Desejo subir alguns degraus na minha escalada no ramo literário, mas se forem poucos, não ficarei de todo triste, pois o tempo dedicado a sua composição foi, talvez, o melhor entre os já gastos no trabalho de qualquer idéia.
Escrever Intermitências foi uma experiência prazerosa. A cada página, a cada cena, senti-me como um vencedor. E melhor do que qualquer coisa, foi minha redenção artística e alívio as minhas insanidades constantes. Embora esteja muito contente com o término do projeto, sinto um pouco de tristeza saudosista por não tê-lo mais como companheiro para as noites insones. Mas isso é o de menos. Agora a correria dos meus dias me leva para outra fase: a publicação. Fiz diversas sondagens entre editoras e, ainda não me decidi plenamente, há uma possibilidade muito grande de editá-lo pela Corifeu, no sistema sob demanda, ou seja, independente. Só não me decidi ainda por causa da escassez financeira. Outra possibilidade, mas muito remota, é arriscar o meu original às editoras tradicionais, mas dificilmente agüentarei os malditos prazos de análise do livro.
Espero que eu chegue logo a uma conclusão para o meu dilema, mas acredito que a primeira opção, atualmente, seja mais viável do que qualquer outra.
É claro que o sistema escolhido não é perfeito e requer ainda mais esforço para alcançar os primeiros objetivos. Como não há um sistema de distribuição organizado pela editora, além das vendas pelo site da mesma, toda a parte de divulgação cabe a mim. Vantagens existem, e isso é fundamental, mas os empecilhos são um caso sério a se pensar. Inicialmente, eu mesmo farei a divulgação do trabalho, por isso, antes mesmo de ter o livro físico às mãos, já me planejo para levar ao lume o romance, mas tudo dependerá das vendagens da primeira remessa. Por temer o desconhecido e conhecer muito bem o fracasso, começarei com uma tiragem realmente muito baixa, dependendo das vendas, encomendarei mais livros. Acredito piamente que venderei rapidamente o quantitativo inicial apenas entre meus conhecidos, incluindo os colegas de trabalho. Certamente, mas não gosto de contar com variáveis duvidosas, meus alunos levarão uma boa fatia do gráfico de vendas. Ainda terei a ajuda da distribuidora Cuba, cujo dono é o pai de Mariana, com a colocação dos livros nos seus pontos de venda, que englobam Angra dos Reis e Paraty. De resto, fica ao meu encargo me fazer notar na região Sul do estado, para depois aumentar o território de divulgação. Terei que recorrer à mídia para chamar a atenção ao meu trabalho. Graças à ajuda do Hugo, jornalista e amigo de sempre, posso conseguir, mais uma vez, um espaço no jornal em que ele trabalha. Se conseguir, já será de grande valia. Sem esgotar as opções, restará ainda a mídia radiofônica e a televisiva, mas para isso, a primeira fase deverá ser bem executada, caso contrário, dificilmente terei espaço num veículo informativo de massa. Quem sabe um dia eu não apareça no Programa do Jô para um papo descontraído em que eu não fale nada que preste e responda às questões que fujam do tema, como a maioria dos seus entrevistados? Já dizia o samba: “sonhar não custa nada”! Independente das alternativas mencionadas, o certo é que a divulgação boca a boca será feita, e já começa antes mesmo do livro ficar pronto. Portanto já me apresso em dizer que em breve, e quando mais breve melhor, estará à venda o romance Intermitências. Tão logo as primeiras cópias cheguem às minhas calejadas mãos de tanto sofrer as teclas do microcomputador, avisarei a todos pelos meios aos quais me exponho freqüentemente por este imenso mar de informação digital.
Resta-nos agora esperar mais um pouco, para que tudo saía perfeito. Ainda farei mais uma revisão antes de enviar o original. Depois, os trâmites legais na catalogação da obra, o registro na Biblioteca Nacional, o número de ISBN, a confecção da capa, assim que me decidir pelo estilo, aguardarei ansiosamente pela chegada da primeira remessa, para pôr em prática as idéias aqui expostas.
Torçamos para que tudo dê certo daqui para frente, pois estou ávido para apresentar Almira e Roberto para o mundo.

2008, 08 de abril

Nenhum comentário: