quinta-feira, 24 de abril de 2008

Perdido no meu tempo

Hoje eu chutei o balde sem querer saber onde cairia e em quem bateria. Já disse antes que deixei meus prazos me sufocarem novamente, por isso tenho que correr na composição dos textos para os concursos que encerram suas inscrições no dia 30 de abril. Até anteontem, toda a minha atenção estava voltada para os detalhes de Intermitência, embora tenha fechado uma ou duas crônicas no intervalo entre revisões e ajustes do romance. Ontem, porém, tirei o dia para ficar única e exclusivamente com Mariana e minha família. Apesar de discutirmos alguns assuntos sobre o livro, no lugar errado, às duas da manhã, passamos o dia como se nada mais importasse para nossas vidas a não ser ficarmos juntos como um casal apaixonado.
Desde que voltei a morar com meus pais, Mariana e eu não ficamos por aqui, pois semanalmente sou eu que me desloco até sua casa nas sextas-feiras depois da aula no pré-vestibular e permaneço até o fim da noite de domingo. Como estamos numa semana de dois feriados, ela, para minha alegria, está em Angra desde sexta, mas volta ao Rio para escrever um relatório de Botânica, porque não conseguimos encontrar todos os livros da bibliografia, na quinta ou sexta-feira. Assim, ontem resolvemos aportar aqui na casa de meus pais para um jantar em que fiz o meu famoso bolo de carne, assistirmos ao excelente suspense Identidade, cuja interpretação de John Kusack é inesquecível, jogar um pouco de The Sims II e nos curtirmos muito, apesar de ser pouco o tempo. Trabalho, quando ela está aqui, fica para segundo plano. Em minha vida Mariana é o centro do meu universo, meu sonho, minha realidade, meu ar, meu... bem, não estou aqui para falar de como a amo, pois seria inútil tentar dizê-lo, pois me faltariam palavras.
Seja como for, perdi-me no feriado. Não sei qual foi o surto inconsciente que tive, mas queimei alguns dias do meu mês. Acho que a cabeça anda tão preocupada com as milhares de coisas que tenho a fazer que pensei, juro, que amanhã fosse dia 28, não 24 de abril. Assim, um desespero absurdo tomou conta de mim, pois teria que postar os textos no mais tardar dia 29 ou perderia os prazos de quatro concursos. Quanto aos poemas, tudo bem, seria fácil enviá-los, uma vez que meu acervo é vasto, apesar de nem todos me agradarem hoje como agradaram no passado, coisa de autocrítica exagerada, mas certamente teria oito trabalhos prontos para entregar sem que precisasse arrancar os cabelos. O grande problema eram as crônicas, pois minha composição nesse subgênero não é muito grande. Havia escrito duas recentemente, uma no início do mês e outra na segunda-feira de manhã, seguindo meu projeto. Mas com essa confusão que eu mesmo criei, duas delas faltariam para a postagem. Para piorar meu estado insano, perdi a manhã inteira na sala de espera do dentista de Mariana.
Quando me sentei ao computador hoje para tentar escrever pelo menos algumas idéias, não imaginei que fosse conseguir terminar os dois textos que me faltavam. Mas como funciono melhor sob pressão, o texto fluiu facilmente. Em duas horas, duas crônicas terminadas e prontas para serem envelopadas amanhã cedo. Ainda não acredito que as terminei em tão pouco tempo, fora do meu costumeiro local de trabalho e, principalmente, que tenham me agradado.
Amanhã volta a rotina ingrata que rege minha vida. Aula regular pela manhã, pré-vestibular à tarde, mas com um bônus nesta semana atípica, poderei me despedir de Mariana, ficando mais algumas horas na tranqüilidade dos seus braços, à noite; porque nos próximos dias terei uma infinidade de trabalhos exaustivos, incluindo o fim de semana, que graças às minhas dívidas, trabalharei nas provas da prefeitura.
O saldo do feriadão foi positivo. Fazia tempo que não me abstraía das pressões que as responsabilidades trazem. Gostaria que sempre fosse assim, mas a vida não nos permite esse luxo todos os dias. E se temos que viver um dia de cada vez, esses foram os melhores dias da minha vida recente.


2008, 23 de abril


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