Decepções acontecem quando menos esperamos e por motivos inacreditáveis. Hoje, embora quisesse, não vou falar sobre o texto, este difícil projeto ou qualquer outra obrigação no campo das letras, até porque não fui capaz de me sentar em nenhum momento nesta semana para escrever o que quer que fosse. Briguei com as palavras como se elas fossem uma mulher cheia de melindres e gestos vaidosos; como se fossem uma mulher... e todas as suas manias irritantes. Nesta semana eu apenas vivi a vida e julguei-me extremamente feliz, pelo menos até ontem.
Comprovei a máxima de que só se escreve, somente nos dedicamos à composição de um texto, quando somos acometidos de um mal, algo que nos deixe descontente com o mundo a nossa volta e nos force o pensamento para manifestar nossas angústias diante as dificuldades da vida. Quando se está bem é impossível escrever, afinal há tanta coisa melhor a fazer do que gastar o tempo precioso de uma rotina quando se é feliz. Mas hoje estou a escrever...
A semana foi confusa demais e quebrou minhas expectativas logo no primeiro dia. Programado para voltar ao trabalho no dia 31 de julho, já havia me planejado para suportar a carga horária exaustiva que enfrento para ter uma vida mais digna. Assim, segunda-feira, ainda sob os efeitos do fim de semana, fui ao trabalho. Acordei às seis da manhã e sete horas já estava em sala de aula, empunhando meus livros, diários e vontade de lecionar, mas não havia sequer um aluno para assistir às minhas aulas. A história se repetiu durante toda a semana, pelo menos na escola estadual. Em contrapartida, no Jean Piaget tudo estava normal e pude cumprir meu papel, com um ademais: retornei somente com as disciplinas que me competem, deixando a cadeira de Produção de Texto para uma nova professora. Menos dinheiro ao fim do mês, mas mais tempo para mim e minhas necessidades psicológicas e físicas. Eu realmente estava ficando cansado de abraçar tudo ao mesmo tempo, o que é engraçado, pois há dois anos eu lecionava Língua Portuguesa, Literatura e Produção de Texto para mais que o dobro de turmas e não me fazia tanta diferença. Mas é necessário dizer que na época eu não tinha vida social. Fazia o caminho casa-trabalho-casa diariamente sem ter mais para onde ir. E não me venham dizer sobre os braços frios a quem eu retornava ao final do dia.
No campo das sentimentalidades houve um bom progresso até mesmo inesperado, uma vez que depois das constantes discussões sem grandes fundamentos, finalmente chegamos a um ponto harmônico e prazeroso. Parece que finalmente deixei de lado algumas das minhas debilidades emocionais e me abri mais facilmente às novas experiências, esquecendo alguns (eis o problema) dos meus segredados medos e traumas oriundos de sucessivos fracassos que me deixaram marcas profundas (odeio frases feitas, mas essa é a que melhor cabe) e me fizeram construir uma barreira de proteção onde não deveria haver nada. Talvez fosse reflexo de um início conturbado em que os conselhos que recebia por parte das pessoas que me rodeiam com mais familiaridade levaram-me a posicionar, não só um, mas ambos os pés atrás, a fim de me proteger de uma eventual queda prevista pela maioria. Com calma, no passar dos mês vindouros a esse fato, segui as palavras amigas e inconscientemente alicercei essa muralha entre mim e Mariana. Aos poucos fomos nos conhecendo melhor, apesar de ainda nutrir receio, deixei que o sentimento crescesse mesmo moderado. Entretanto todo o comedimento não foi suficiente para que o grau de afinidade chegasse à proporções extremadas, beirando o limite entre sanidade e loucura. Tanto mudou, tanto mudei depois de que ela me mostrou o quão a existência pode ser agradável, que inevitavelmente abracei com demasiada intensidade essa nova vida; e sem perceber avancei os pés, esquecendo os alertas. Mas a barreira continua, ainda existe, embora esteja num processo contínuo de desconstrução. Isso é bom, mas poderia ser melhor se os meus fantasmas deixassem de me assombrar quando situações semelhantes (mas não iguais) acontecem e me amedrontam como um filme clássico de horror (e poucos foram os que realmente me assustaram).
As melhoras referidas me arrebataram um sentimento positivo, porém ontem meus medos afloraram e o que ia bem, de certa forma, regrediu, causando um mal estar constrangedor. Não sei o que me acontece, mas minhas variações de humor me irritam. Por uma palavra mal empregada e uma idéia errada, pus na lona um dia perfeito, permanecendo mais de quatro horas sem dizer uma palavra. Às vezes eu me irrito com essas minhas palhaçadas oriundas de um estúpido orgulho vaidoso.
Ninguém é perfeito, e longe de mim ter a perfeição como meta, mas ser um pouco melhor não seria mal nenhum.
Nova semana começando. Ainda restam alguns filmes para ver e meios de formular uma desculpa para mim mesmo. Vejamos o que acontecerá nesses vindouros dias; principalmente por causa da legião de textos que preciso escrever e a imensidade de leituras que tenho urgência em fazer. Espero que seja algo positivo diante tantas tempestades.
Comprovei a máxima de que só se escreve, somente nos dedicamos à composição de um texto, quando somos acometidos de um mal, algo que nos deixe descontente com o mundo a nossa volta e nos force o pensamento para manifestar nossas angústias diante as dificuldades da vida. Quando se está bem é impossível escrever, afinal há tanta coisa melhor a fazer do que gastar o tempo precioso de uma rotina quando se é feliz. Mas hoje estou a escrever...
A semana foi confusa demais e quebrou minhas expectativas logo no primeiro dia. Programado para voltar ao trabalho no dia 31 de julho, já havia me planejado para suportar a carga horária exaustiva que enfrento para ter uma vida mais digna. Assim, segunda-feira, ainda sob os efeitos do fim de semana, fui ao trabalho. Acordei às seis da manhã e sete horas já estava em sala de aula, empunhando meus livros, diários e vontade de lecionar, mas não havia sequer um aluno para assistir às minhas aulas. A história se repetiu durante toda a semana, pelo menos na escola estadual. Em contrapartida, no Jean Piaget tudo estava normal e pude cumprir meu papel, com um ademais: retornei somente com as disciplinas que me competem, deixando a cadeira de Produção de Texto para uma nova professora. Menos dinheiro ao fim do mês, mas mais tempo para mim e minhas necessidades psicológicas e físicas. Eu realmente estava ficando cansado de abraçar tudo ao mesmo tempo, o que é engraçado, pois há dois anos eu lecionava Língua Portuguesa, Literatura e Produção de Texto para mais que o dobro de turmas e não me fazia tanta diferença. Mas é necessário dizer que na época eu não tinha vida social. Fazia o caminho casa-trabalho-casa diariamente sem ter mais para onde ir. E não me venham dizer sobre os braços frios a quem eu retornava ao final do dia.
No campo das sentimentalidades houve um bom progresso até mesmo inesperado, uma vez que depois das constantes discussões sem grandes fundamentos, finalmente chegamos a um ponto harmônico e prazeroso. Parece que finalmente deixei de lado algumas das minhas debilidades emocionais e me abri mais facilmente às novas experiências, esquecendo alguns (eis o problema) dos meus segredados medos e traumas oriundos de sucessivos fracassos que me deixaram marcas profundas (odeio frases feitas, mas essa é a que melhor cabe) e me fizeram construir uma barreira de proteção onde não deveria haver nada. Talvez fosse reflexo de um início conturbado em que os conselhos que recebia por parte das pessoas que me rodeiam com mais familiaridade levaram-me a posicionar, não só um, mas ambos os pés atrás, a fim de me proteger de uma eventual queda prevista pela maioria. Com calma, no passar dos mês vindouros a esse fato, segui as palavras amigas e inconscientemente alicercei essa muralha entre mim e Mariana. Aos poucos fomos nos conhecendo melhor, apesar de ainda nutrir receio, deixei que o sentimento crescesse mesmo moderado. Entretanto todo o comedimento não foi suficiente para que o grau de afinidade chegasse à proporções extremadas, beirando o limite entre sanidade e loucura. Tanto mudou, tanto mudei depois de que ela me mostrou o quão a existência pode ser agradável, que inevitavelmente abracei com demasiada intensidade essa nova vida; e sem perceber avancei os pés, esquecendo os alertas. Mas a barreira continua, ainda existe, embora esteja num processo contínuo de desconstrução. Isso é bom, mas poderia ser melhor se os meus fantasmas deixassem de me assombrar quando situações semelhantes (mas não iguais) acontecem e me amedrontam como um filme clássico de horror (e poucos foram os que realmente me assustaram).
As melhoras referidas me arrebataram um sentimento positivo, porém ontem meus medos afloraram e o que ia bem, de certa forma, regrediu, causando um mal estar constrangedor. Não sei o que me acontece, mas minhas variações de humor me irritam. Por uma palavra mal empregada e uma idéia errada, pus na lona um dia perfeito, permanecendo mais de quatro horas sem dizer uma palavra. Às vezes eu me irrito com essas minhas palhaçadas oriundas de um estúpido orgulho vaidoso.
Ninguém é perfeito, e longe de mim ter a perfeição como meta, mas ser um pouco melhor não seria mal nenhum.
Nova semana começando. Ainda restam alguns filmes para ver e meios de formular uma desculpa para mim mesmo. Vejamos o que acontecerá nesses vindouros dias; principalmente por causa da legião de textos que preciso escrever e a imensidade de leituras que tenho urgência em fazer. Espero que seja algo positivo diante tantas tempestades.
2 comentários:
Diante de tantas questões só me resta desejar-lhe uma boa semana.
Abçs,
Bem... Às vezes seria bom que inventos como o do filme "De volta para o futuro" fossem de verdade, ou então, uma espécie de botão "delete" para o áudio de tudo que já foi dito, evitando reflexões tardias sobre falas sem pensar... Mas isso faz parte né?! Fazer o q...?
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