Já faz algum tempo, Jean e eu, em uma de nossas quintas-feiras de uísque e culinária, tivemos a idéia de criar uma personagem, ou atribuir a alguma já imaginada, um hábito que me é peculiar: trabalhar com bonsais, aquelas arvorezinhas orientais criadas na China e difundidas pelo Japão. A personagem seria um bonsaísta, utilizando a arte secular da miniaturização para harmonizar-se com seus planos mais do que suspeitos. Era uma forma de aproveitar minha paixão pelas árvores, utilizando-a no romance, a fim de dar à personagem em questão ares mais humanos, uma vez que ele seria um dos antagonistas da narrativa. Assim, ele devotaria suas virtudes benéficas no cultivo das plantas, criando perfeitas florestas artificiais de tamanho reduzido. Fiquei feliz com a idéia e esbocei algumas cenas em que Ele (a personagem ainda não tem nome e em todas as suas referências utilizamos o pronome como se fosse próprio, uma espécie de deus) arquitetava suas investidas, envolto em uma imensidão de galhos e folhas, as mãos sujas de terra e apetrechos de jardinagem também utilizados para ceifar a vida daqueles que atravessavam seu caminho.
Todo o pensamento para a concepção da referida personagem se deu por minha coleção de bonsais, minha alegria. Algo surpreendente que faz com que meu estresse diário se dissipe ao aramar um galho, decorar um vaso com pedrinhas, podar os excessos, fertilizar as folhas, plantar novas árvores. Amo-os como filhos e, por isso, a nota triste de hoje. O belíssimo fícus ganthel morreu... e a culpa foi minha. Nas férias, passei alguns dias fora e ele não suportou as horas sem cuidado. Por azar, os dias estavam muito quentes e a exposição ao sol foi muito intensa. Fiz o possível para salvar os brotos, mas eles não resistiram. Ainda me esforcei para manter o caule, mas em vão.
Resta agora torcer muito para que as raízes ainda tenham uma sobrevida. Pelo menos estão com um pouco de seiva e daqui a alguns anos é possível que venha a crescer de novo, desde que eu reze muito para que exista uma volta da morte para as pequenas plantas.
Pelo menos com essa triste experiência, poderei ser mais verossímil com minha personagem insana. Menos mal!
Todo o pensamento para a concepção da referida personagem se deu por minha coleção de bonsais, minha alegria. Algo surpreendente que faz com que meu estresse diário se dissipe ao aramar um galho, decorar um vaso com pedrinhas, podar os excessos, fertilizar as folhas, plantar novas árvores. Amo-os como filhos e, por isso, a nota triste de hoje. O belíssimo fícus ganthel morreu... e a culpa foi minha. Nas férias, passei alguns dias fora e ele não suportou as horas sem cuidado. Por azar, os dias estavam muito quentes e a exposição ao sol foi muito intensa. Fiz o possível para salvar os brotos, mas eles não resistiram. Ainda me esforcei para manter o caule, mas em vão.
Resta agora torcer muito para que as raízes ainda tenham uma sobrevida. Pelo menos estão com um pouco de seiva e daqui a alguns anos é possível que venha a crescer de novo, desde que eu reze muito para que exista uma volta da morte para as pequenas plantas.
Pelo menos com essa triste experiência, poderei ser mais verossímil com minha personagem insana. Menos mal!
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