quarta-feira, 13 de junho de 2007

Chora! De volta à realidade



Como é difícil voltar à realidade depois de um maravilhoso e quase perfeito fim de semana. Havia tempos que não experimentava tantas emoções num curto espaço temporal como agora. Acredito que já conheçam a máxima que ninguém escreve quando se está bem; há tantas coisas melhores para fazer do que inventando histórias sobre nossos sonhos (às vezes são pesadelos). Assim, larguei mão da melancolia e fui viver a vida tal qual ela se desenha, nem que seja por poucos dias, mas se faz mister aproveitar o pouco que nos sobra.
Nesta feriado prolongado, dois dias foram mais do que especiais (não, não foi quinta), sexta-feira e sábado. Momentos diferentes e reações diversas fizeram a alegria do sofredor. Primeiro, em ordem cronológica, em comemoração à “Crônica de Fim de Ano”, aquela noitada especial no Caiçara, ao som do violão e mesa cheia... cheia de cerveja. Para aumentar ainda mais minha estranha euforia, ouvi Refrão de Bolero, sem sotaque gaúcho, mas emocionante. Perdi a conta dos copos que levei à boca, mas não o caminho de casa.
Dia seguinte, acordar cedo, preparar a mala, ajeitar coisas pendentes e seguir meu rumo: Rio de Janeiro, Lapa, Fundição Progresso, Los Hermanos. Saímos de Angra por volta de 13 h,chegando ao Rio pouco mais das 15 h. Depois de uma rápida passada no apartamento da Luisa, fomos comer, mas não antes de nos munirmos com garrafas de cerveja. A comicidade iniciou, pois era, no mínimo, estranho ver alguém comendo um misto frio (sempre), tomando café ao mesmo tempo em que bebia cerveja. Pelo menos nisso eu e Mariana combinamos perfeitamente; ela comeu seu queijo-quente bebericando Skol.
Estômago forrado, nos restava encarar a fila para o show. Agradáveis horas de espera. Aqui, juro, sem ironia. Foi bacana esperar na fila entre tantos outros fãs hermânicos. Conhecemos uma paulista que esperava também, simpaticíssima. Esse talvez tenha sido o ponto negativo da noite, pois ela estava completamente sozinha, ficaria conosco se não tivéssemos nos desencontrado durante as revistas dos seguranças da Fundição. Passamos um bom tempo tentando localizá-la, mas por nos faltarem meios e pelo número demasiado grande de pessoas, a tarefa foi inútil. Uma pena! Até agora lamentamos por a termos perdido de vista.
O show foi fantástico, triste pelo tom de despedida, mas alegre ao mesmo tempo. Acredito ter sido, se não o, um dos momentos mais emocionantes de minha curta vida. Engraçado, pois durante a maior parte do tempo, fui capaz de conter as lágrimas que teimavam em escorrer de meus olhos, mas quando os gritos de “Pierrot, chora” eclodiram fazendo com que a Fundição tremesse, debulhei-me em verdadeiras “Lágrimas sofridas”, imerso numa emoção nunca antes sentida. Amei.
Depois da apresentação, a noite ainda nos rendeu hilárias histórias, como uma volta alucinante em uma Kombi insana, uma bagunça às quatro da manhã no supermercado Pão de Açúcar e uma macarronada que comecei a fazer, mas dormi durante o preparo. Tudo foi perfeito, por isso dormi depois de tantos meses com um sorriso maroto em meu rosto, que teima ainda em me decorar a face.
Assim, não ousei escrever nenhuma linha nesses dias. Ainda influenciado por tão bela experiência, até mesmo este texto está sofrendo a ser escrito. Deixei correrem os dias para que pudesse ajeitar o pensamento, mas em vão. Hoje é dia dos namorados e só tive cabeça para pensar em Mariana, nada mais. Porém, amanhã a vida segue e devo retornar às atividades normais, escrevendo o que deve ser escrito: Conto Conspiratório, dois contos de terror, um conto erótico; além de revisar alguns outros textos, inclusive uma crônica já vendida.
“Qual foi o lucro obtido?”

Nenhum comentário: