A fatídica noitada de ontem me revelou que a famosa Zica que me perseguiu por tanto tempo não havia partido como eu imaginara. Vamos por partes, como já dizia Jack, o estripador.
Fomos à premiação do Concurso de Poesias do Ateneu Angrense de Letras. Prestigiar os vencedores? Não! Beber de graça mesmo, já que cerveja e vinho estavam sendo distribuídos em belíssimas jarras. Claro é que eu gostaria de ter assistido à cerimônia, mas chegamos tão tarde que só deu tempo de pegar o coquetel. Não que eu esteja reclamando da economia na bebedeira, mas realmente sou apaixonado por poesia, mesmo de cor local, tenho por essa arte subjetiva total devoção.
Como eu já imaginava, o carro novamente aprontou comigo antes mesmo de chegar lá. Quando fui buscar Mariana, dirigindo muito devagar (juro, não passei de 60 km/h), ouvi um chiado irritante e pensei desolado, “pronto, bateu o motor”, mas era só o pneu vazando. Só?! Que azar, pensei. Mas o jeitinho brasileiro me salvou, era apenas um vazamento no bico. Tudo ajeitado, estava pronto para partir. Chegando ao Câmara Torres, debaixo de uma chuva chata, aquela que chove, mas não molha, Mariana brincou comigo por causa da fumaça branca sob o capô. Não deu para esquecer isso, fiquei preocupado.
Horas depois, levei-a para casa temeroso ainda, mas como o carro ligou sem problemas, dirigi até a Praia do Jardim, novamente sem correr (já estava ficando agoniado com a minha lerdeza). Decidi esperar um pouco para voltar para casa, fiz questão de conferir o nível do líquido de arrefecimento e esperei que o motor esfriasse um pouco. Sei que não deveria ter ido de carro, mas...
Quando saía, percebi que o pneu estava completamente vazio. A roda fazia um estridente barulho ao contato com o chão. Estava ferrado, pois a chuva aumentara e meu macaco é curto demais para a altura do carro (rebaixa mesmo, infeliz). Fui pedir o macaco emprestado e não me deixaram trocar o pneu sob aquela chuva. Ganhei uma providencial carona até a minha casa, deixando o carro por lá mesmo. Que vergonha, tirar os outros de casa às três e tantas da madrugada.
Não consegui dormir, estava tão chateado que era impossível pôr a cabeça no travesseiro e esquecer que tudo estava errado.
Hoje pela manhã meu pai veio me buscar para o almoço em família. Passamos o dia inteiro juntos, conversamos, rimos, falamos besteiras e eu cozinhei como há muitos meses não fazia. Nada melhor do que encarar um fogão para agradar a mais pessoas do que minha solitária fome diária.
À noite, finalmente troquei o pneu e deixei o carro por lá mesmo, temendo forçar ainda mais o motor e piorar o meu prejuízo.
Passei a noite com Mariana e sua família. Voltei para casa de ônibus e volto lá amanhã para buscá-lo e levá-lo ao hospital dos carros ferrados.
Tendo assim tanta coisa na cabeça, fui incapaz de enfrentar a máquina ou pensar em qualquer tipo de texto, inclusive o conspiratório.
Amanhã volto a rotina e será difícil dedicar-me ao trabalho na tecitura do romance. Espero que consiga.
Amanhã eu explicarei o que se deu comigo e com o texto novamente esquecido.
Fomos à premiação do Concurso de Poesias do Ateneu Angrense de Letras. Prestigiar os vencedores? Não! Beber de graça mesmo, já que cerveja e vinho estavam sendo distribuídos em belíssimas jarras. Claro é que eu gostaria de ter assistido à cerimônia, mas chegamos tão tarde que só deu tempo de pegar o coquetel. Não que eu esteja reclamando da economia na bebedeira, mas realmente sou apaixonado por poesia, mesmo de cor local, tenho por essa arte subjetiva total devoção.
Como eu já imaginava, o carro novamente aprontou comigo antes mesmo de chegar lá. Quando fui buscar Mariana, dirigindo muito devagar (juro, não passei de 60 km/h), ouvi um chiado irritante e pensei desolado, “pronto, bateu o motor”, mas era só o pneu vazando. Só?! Que azar, pensei. Mas o jeitinho brasileiro me salvou, era apenas um vazamento no bico. Tudo ajeitado, estava pronto para partir. Chegando ao Câmara Torres, debaixo de uma chuva chata, aquela que chove, mas não molha, Mariana brincou comigo por causa da fumaça branca sob o capô. Não deu para esquecer isso, fiquei preocupado.
Horas depois, levei-a para casa temeroso ainda, mas como o carro ligou sem problemas, dirigi até a Praia do Jardim, novamente sem correr (já estava ficando agoniado com a minha lerdeza). Decidi esperar um pouco para voltar para casa, fiz questão de conferir o nível do líquido de arrefecimento e esperei que o motor esfriasse um pouco. Sei que não deveria ter ido de carro, mas...
Quando saía, percebi que o pneu estava completamente vazio. A roda fazia um estridente barulho ao contato com o chão. Estava ferrado, pois a chuva aumentara e meu macaco é curto demais para a altura do carro (rebaixa mesmo, infeliz). Fui pedir o macaco emprestado e não me deixaram trocar o pneu sob aquela chuva. Ganhei uma providencial carona até a minha casa, deixando o carro por lá mesmo. Que vergonha, tirar os outros de casa às três e tantas da madrugada.
Não consegui dormir, estava tão chateado que era impossível pôr a cabeça no travesseiro e esquecer que tudo estava errado.
Hoje pela manhã meu pai veio me buscar para o almoço em família. Passamos o dia inteiro juntos, conversamos, rimos, falamos besteiras e eu cozinhei como há muitos meses não fazia. Nada melhor do que encarar um fogão para agradar a mais pessoas do que minha solitária fome diária.
À noite, finalmente troquei o pneu e deixei o carro por lá mesmo, temendo forçar ainda mais o motor e piorar o meu prejuízo.
Passei a noite com Mariana e sua família. Voltei para casa de ônibus e volto lá amanhã para buscá-lo e levá-lo ao hospital dos carros ferrados.
Tendo assim tanta coisa na cabeça, fui incapaz de enfrentar a máquina ou pensar em qualquer tipo de texto, inclusive o conspiratório.
Amanhã volto a rotina e será difícil dedicar-me ao trabalho na tecitura do romance. Espero que consiga.
Amanhã eu explicarei o que se deu comigo e com o texto novamente esquecido.
Um comentário:
Eu estava lá e sei o quanto aquela chuva encheu o saco. Quando entre para receber a premiação, estava molhado até à alma! Bem o coquetel valeu! Essas coisas acontecem!
Antono Carlos de Paula
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